segunda-feira, 11 de maio de 2009

Viva Eu, Viva Tu, Viva o Rabo do Tatu!


VILLA-LOBOS
Por Fabio Gomes

Heitor Villa-Lobos, o maior compositor brasileiro, é autor de mais de mil músicas. São peças de vários gêneros, como concertos, sinfonias, suítes, quartetos de cordas, sonatas, bailados, arranjos para coro, peças para pequenos conjuntos e para grande orquestra.


Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro em 1887. Seu pai, Raul Villa-Lobos, violoncelista amador, reunia em casa um grupo de amigos que tocava música de câmara. Com a tia Zizinha, o jovem Heitor aprendeu a amar a obra de Johann Sebastian Bach. Ainda pequeno, incentivado pelo pai, Heitor iniciou-se no aprendizado de clarinete e violoncelo. Muitos anos depois, Villa-Lobos lembrava o papel paterno em sua formação musical:


- Meu pai, além de ser homem de aprimorada cultura geral e excepcionalmente inteligente, era um músico prático, técnico e perfeito. Com ele, sempre assistia a ensaios, concertos e óperas.


A mãe de Villa-Lobos, dona Noêmia, é que não gostava muito desse interesse pela música, pois queria que o filho fosse médico. Um pouco maior, ele passou a freqüentar as rodas de boemia onde se fazia o melhor choro da época.


Villa-Lobos aprendeu na escola da vida. Chegou a freqüentar o Instituto Nacional de Música, aos 20 anos. Mas não suportou a rigidez da disciplina e da falta de espírito criativo da escola. O INM não era o lugar de sua música, e sim da música-papel, como ele dizia:


- Há três espécies de compositores: os que escrevem música-papel, segundo regras ou modas; os que escrevem para ser originais e realizar algo que outros não fizeram e, finalmente, os que escrevem música porque não podem viver sem ela. Só a terceira categoria tem valor.


Com toda a certeza, Villa-Lobos pertence à terceira categoria. Sua grandeza está no fato de ter conseguido uma mistura perfeita do folclore brasileiro com a música de concerto européia, com a marca da sua forte personalidade. Ele não se limitou a recolher temas do povo e os harmonizar, como tantos já haviam feito. Nem se contentou em reproduzir modelos de além-mar, caso de outro grande compositor brasileiro, Carlos Gomes. Alguns autores como Alexandre Levy e Brasílio Itiberê já haviam utilizado temas populares em obras sinfônicas antes de Villa-Lobos. Mas estes temas quase sempre eram citações, nunca se alterando a fórmula que já vinha pronta da Europa. Villa partiu da riqueza musical do nosso povo para chegar a formas novas de composição na área da música de concerto, como os Choros, as Bachianas Brasileiras, as Serestas e as Cirandas.


Villa-Lobos viajou por praticamente todo o Brasil de 1905 a 1912. As condições para fazer tal aventura na época eram as mais precárias possíveis. Durante sua estada na Amazônia, por volta de 1910, sua mãe mandou rezar uma missa pela alma do filho que ela já julgava morto. Imaginem a surpresa de dona Noêmia, tempos depois, ao ver o filho ressuscitando no Rio de Janeiro...
Foto: Folha On-line

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